fotografia FERNANDO CARQUEJA
Dança, Tradição e Identidade
Este trabalho começou com uma investigação acerca do folclore beirão, seguido de visitas a vários ranchos folclóricos do concelho de Viseu, para aprender as suas danças. Em estúdio, improvisámos a partir deste reportório, criando um outro, ficcional, de danças e cantares inventados. Esta peça, junta as memórias destas visitas, com as danças que já estão no corpo (das histórias da dança de cada um), criando assim várias camadas.
Construímos juntos uma partitura dividida em três partes: a primeira fala através do movimento, das memórias relacionadas com aulas, coreografias, sensações vivenciadas enquanto intérpretes ou público; a segunda, num movimento circular levamos os passos tradicionais, para uma zona de desconstrução e repetição; uma terceira parte, em que se reinventa uma dança e um cantar tradicional.
Daqui surgiu Toda a noite até ser dia
Construímos juntos uma partitura dividida em três partes: a primeira fala através do movimento, das memórias relacionadas com aulas, coreografias, sensações vivenciadas enquanto intérpretes ou público; a segunda, num movimento circular levamos os passos tradicionais, para uma zona de desconstrução e repetição; uma terceira parte, em que se reinventa uma dança e um cantar tradicional.
Daqui surgiu Toda a noite até ser dia
Ficha Artística
Título TODA A NOITE ATÉ SER DIA estreia dia 26 de junho de 2017, Teatro Viriato Duração 30 minutos Direcção artística e criação Filipa Francisco Co-criação e interpretação Catarina Keil, Pedro Gomes, Rafaela Rodrigues, Sara Santos (alunos do 12º ano do Curso Secundário de Dança 16/17) Direção Musical Ana Bento e Bruno Pinto Co-criação da canção "Ao Cantar da Cotovia" Ana Bento, Bruno Pinto, Catarina Keil, Pedro Gomes, Rafaela Rodrigues, Sara Santos Assistência de Direcção artística Susana Gaspar Direcção Técnica e Desenho de luz Cristóvão Cunha Figurinos Criação Colectiva / Rancho Folclórico de Torredeita Fotografia Tomás Pereira Registo Vídeo Tomás Pereira Produção Escola de Dança Lugar Presente Parceria Institucional Câmara Municipal de Viseu - Viseu Terceiro Agradecimentos Lino Pereira, Rancho Folclórico Torredeita, Rancho Folclórico Pindelo de Silgueiros, Rancho Folclórico Verde Gaio de Lordosa, Rancho Folclórico do Mundão |
Sobre Toda a noite até ser dia A peça insere-se dentro do tema Projeto Dança, Tradição & Identidade da Escola de Dança Lugar Presente. O desejo de trabalhar a partir de materiais ligados ao corpo, identidade e memória, surgiu com a peça “Nu meio” (FilipaFrancisco & Bruno Cochat), que é construída a partir das histórias de amor, do público de cada localidade onde a peça se apresenta. Em “Leitura de Listas” (Filipa Francisco & André Lepcki), a peça é realizada a partir de listas privadas/públicas que a coreógrafa partilha com o público. Em “Dueto” (Filipa Francisco & Idoia Zabaleta) a partir de cartas e diários. Em “Íman” (Filipa Francisco & Wonderfull´s Kova M.) a construção foi realizada através da ligação entre a dança contemporânea e a memória individual das intérpretes, ligada à dança africana e hip hop. Em “Para onde vamos” (Filipa Francisco & António Pedro) que convoca a memória e os discursos reivindicativos das mulheres, ligadas à luta pelos direitos das mulheres, durante a primeira República, fazendo uma ponte para as actuais reivindicações. “A Viagem” (Filipa Francisco & Grupos Folclóricos) estabelece uma ponte entre a dança contemporânea e as tradições vividas no presente pelos grupos. Em "Projecto Espiões" aborada-se a questão da memória, a partir do cruzamento das quatro histórias da dança ( filipa Francisco & Francisco Camacho, Miguel Pereira e Silvia Real). |
Filipa Francisco
coreógrafa e performer
Estudou Dança, na Academia Almadense com Maria Franco, na Escola de Dança Rui Horta e na Companhia de Dança de Lisboa. Fez a sua licenciatura, na Escola Superior de Dança. Em Nova Iorque estudou com bolsa da Fundação Luso Americana e do Gabinete relações Internacionais, do Ministério da Cultura, na Companhia de Dança Trisha Brown Company, no Lee Strasberg Institut e com o dramaturgo André Lepecki.
Trabalhou com os coreógrafos e encenadores Francisco Camacho, Vera Mantero, Silvia Real, Madalena Vitorino, Rui Nunes, Aldara Bizarro, Paula Castro, Bruno Cochat, Lucia Sigalho, João Garcia Miguel e Joaquim Benite. Membro Fundador com Bruno Cochat da Cia. Torneira com a qual criaram a peça “Nu Meio” apresentada desde 1996.
Dos seus trabalhos destaca “Leitura de Listas” em colaboração com André Lepecki e ”Dueto” , “Bicho eres un bicho” e "Bicho" (espectáculo, performance e livro) em co-criação com a coreógrafa Basca, Idoia Zabaleta. Estes espectáculos foram apresentados em vários festivais em Portugal e no estrangeiro.
Desenvolveu durante sete anos um trabalho de formação e criação com reclusos do Estabelecimento Prisional de Castelo Branco (Projecto Rexistir) com produção do CENTA (2000-2006). Em 2007 foi artista convidada do projecto de “Reinserção pela Arte” promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, em Centros Educativos. Pelo grupo El-Funoun – Grupo de Dança Tradicional da Palestina, para leccionar um workshop de Dança Contêmporanea, em conjunto com o coreógrafo Carlos Pez. Em 2007/2008/2009 foi Directora Artística de “Nu Kre bai bu onda,” um projecto de formação em dança e criação, no bairro da Cova da Moura (produção ALKANTARA). Dentro deste projecto e com o grupo Wonderfull Kova M. criou “Íman”, considerado pela crítica do jornal Público o melhor espectáculo do ano (2008).
Em 2011 estrou o espectáculo "A viagem" com o Grupo Folclórico dos Riachos, apresentado no Festival Materias Diversos. Em 2012 este trabalho foi realizado com o Grupo Folclórico da Torredeita e foi apresentado na Capital Da Cultura, em Guimarães
Desde há 6 anos que esta peça viaja, tendo já sido realizada com 12 grupos folclóricos.
Em 2015 criou "Força" para a Companhia Maior , no Centro de Cultural de Belém.
Em 2016, projecto Espiões e os co-criadores Francisco Camacho, Silvia Real, Miguel Pereira apresentaram-se no Festival Materias Diversos; Maria Matos, Lisboa; Casa da Cultura, Ílhavo e Rivoli, Porto.
Dá aulas regularmente no Forum Dança, no curso Dança na Comunidade.
É artista associada da Materiais Diversos e directora artística da Associação Mundo em Reboliço.
Trabalhou com os coreógrafos e encenadores Francisco Camacho, Vera Mantero, Silvia Real, Madalena Vitorino, Rui Nunes, Aldara Bizarro, Paula Castro, Bruno Cochat, Lucia Sigalho, João Garcia Miguel e Joaquim Benite. Membro Fundador com Bruno Cochat da Cia. Torneira com a qual criaram a peça “Nu Meio” apresentada desde 1996.
Dos seus trabalhos destaca “Leitura de Listas” em colaboração com André Lepecki e ”Dueto” , “Bicho eres un bicho” e "Bicho" (espectáculo, performance e livro) em co-criação com a coreógrafa Basca, Idoia Zabaleta. Estes espectáculos foram apresentados em vários festivais em Portugal e no estrangeiro.
Desenvolveu durante sete anos um trabalho de formação e criação com reclusos do Estabelecimento Prisional de Castelo Branco (Projecto Rexistir) com produção do CENTA (2000-2006). Em 2007 foi artista convidada do projecto de “Reinserção pela Arte” promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, em Centros Educativos. Pelo grupo El-Funoun – Grupo de Dança Tradicional da Palestina, para leccionar um workshop de Dança Contêmporanea, em conjunto com o coreógrafo Carlos Pez. Em 2007/2008/2009 foi Directora Artística de “Nu Kre bai bu onda,” um projecto de formação em dança e criação, no bairro da Cova da Moura (produção ALKANTARA). Dentro deste projecto e com o grupo Wonderfull Kova M. criou “Íman”, considerado pela crítica do jornal Público o melhor espectáculo do ano (2008).
Em 2011 estrou o espectáculo "A viagem" com o Grupo Folclórico dos Riachos, apresentado no Festival Materias Diversos. Em 2012 este trabalho foi realizado com o Grupo Folclórico da Torredeita e foi apresentado na Capital Da Cultura, em Guimarães
Desde há 6 anos que esta peça viaja, tendo já sido realizada com 12 grupos folclóricos.
Em 2015 criou "Força" para a Companhia Maior , no Centro de Cultural de Belém.
Em 2016, projecto Espiões e os co-criadores Francisco Camacho, Silvia Real, Miguel Pereira apresentaram-se no Festival Materias Diversos; Maria Matos, Lisboa; Casa da Cultura, Ílhavo e Rivoli, Porto.
Dá aulas regularmente no Forum Dança, no curso Dança na Comunidade.
É artista associada da Materiais Diversos e directora artística da Associação Mundo em Reboliço.
Imprensa
A minha apreciação crítica
Venho aqui falar de um espetáculo de dança que vi nas férias de verão intitulado Toda a noite até ser dia, que se insere na temática do folclore beirão. Este foi criado pela coreógrafa Filipa Francisco, a criação musical estava a cargo de Ana Bento e Bruno Pinto e foi interpretado por quatro alunos do Ensino Secundário de Dança – Rafaela, Catarina, Pedro e Sara.
Na minha opinião, esta apresentação foi muito completa e fenomenal, uma vez que, na preparação, a equipa foi visitar vários ranchos para conhecer as suas características específicas – as danças, os cantares e a forma como as pessoas dos ranchos interagem entre si. Em seguida, os bailarinos juntaram as técnicas que aprenderam nos ranchos folclóricos com as que já possuíam da sua formação clássica e contemporânea, de modo a criar um novo reportório ficcional de danças e cantares inventados.
Quanto à peça propriamente dita, a conjugação das luzes brancas com o palco e o chão pretos e os figurinos também brancos funcionou na perfeição, fazendo com que esta exibição de dança ficasse ainda mais interessante, perfeita e abrangente.
Sempre gostei de espetáculos que tivessem temas apelativos, mas esta peça ultrapassou todas as minhas expectativas por apresentar tudo aquilo que os artistas já conheciam sobre a dança conjugado com o que aprenderam sobre as danças tradicionais da minha região. Gostei muito da forma harmoniosa que foi conseguida e transmitida.
Se este espetáculo ainda estivesse em palco, recomendaria que o fossem ver, visto que combinava a arte da dança com o conhecimento da nossa identidade cultural, algo que devemos, sempre que possível, preservar e transmitir.
Trabalho realizado por:
Alexandra Torres Saraiva 8ºA Nº1
Venho aqui falar de um espetáculo de dança que vi nas férias de verão intitulado Toda a noite até ser dia, que se insere na temática do folclore beirão. Este foi criado pela coreógrafa Filipa Francisco, a criação musical estava a cargo de Ana Bento e Bruno Pinto e foi interpretado por quatro alunos do Ensino Secundário de Dança – Rafaela, Catarina, Pedro e Sara.
Na minha opinião, esta apresentação foi muito completa e fenomenal, uma vez que, na preparação, a equipa foi visitar vários ranchos para conhecer as suas características específicas – as danças, os cantares e a forma como as pessoas dos ranchos interagem entre si. Em seguida, os bailarinos juntaram as técnicas que aprenderam nos ranchos folclóricos com as que já possuíam da sua formação clássica e contemporânea, de modo a criar um novo reportório ficcional de danças e cantares inventados.
Quanto à peça propriamente dita, a conjugação das luzes brancas com o palco e o chão pretos e os figurinos também brancos funcionou na perfeição, fazendo com que esta exibição de dança ficasse ainda mais interessante, perfeita e abrangente.
Sempre gostei de espetáculos que tivessem temas apelativos, mas esta peça ultrapassou todas as minhas expectativas por apresentar tudo aquilo que os artistas já conheciam sobre a dança conjugado com o que aprenderam sobre as danças tradicionais da minha região. Gostei muito da forma harmoniosa que foi conseguida e transmitida.
Se este espetáculo ainda estivesse em palco, recomendaria que o fossem ver, visto que combinava a arte da dança com o conhecimento da nossa identidade cultural, algo que devemos, sempre que possível, preservar e transmitir.
Trabalho realizado por:
Alexandra Torres Saraiva 8ºA Nº1